sábado, 5 de janeiro de 2019

Lenços de papel... embrulhados em plástico

A época de Inverno é sempre propícia a constipações e gripes, o que implica que andemos sempre com lenços de assoar.

Parece uma época muito distante mas, na realidade, não foi assim há tanto tempo na escala da Humanidade: para a creche e para a escola primária eu levava lenços de pano para me assoar. Foi já quase no fim da escola primária/início da escola preparatória que, de repente, não sei bem porquê, comecei a levar pacotes de lenços de papel que vinham, claro, embrulhados em plástico.

Esta foi uma das minhas transições mais recentes, tendo-a iniciado no verão passado. Pedi à minha mãe para recuperar lá em casa os meus antigos lenços de assoar de pano e, desde então, tenho andado com eles. Lavam-se na máquina, reutilizam-se com fartura e representam também uma poupança económica.

O último pacote de lenços de papel que ainda tinha comprado acabou de ir para o ecoponto amarelo, agora mesmo. Demoraram a gastar-se porque o uso dos lenços de pano tornou-se cada vez mais recorrente.


Para quem a ideia de um lenço de pano já não é familiar da infância e pode causar um bocadinho de repulsa, pode começar por, em casa, se recusar a usar destes lenços. O papel higiénico que vem embrulhado em papel pode ser uma boa hipótese para assoar o nariz quando estamos em casa. As famosas caixas estilo Kleenex de lenços de papel a saírem facilmente de caixas de cartão são também uma boa hipótese para ter no local de trabalho.



E, na rua, tentem, por fim, usar o lenço de pano (não só não gastam plástico como não contribuem para o desperdício de recursos, neste caso papel) ou façam os vossos pequenos pacotinhos de transporte, utilizando tecido, e coloquem lá dentro dobrados estes lenços faciais.

A quantidade de pequenas embalagens de plástico que gastamos por causa de 10 lenços de papel mais ou menos cheirosos é absurda! É daqueles pequenos hábitos no dia-a-dia que, mais uma vez, nada custa mudar e faz uma pequena grande diferença no planeta.

Ideal para preguiças ecológicas, como nós!

sábado, 8 de dezembro de 2018

Compras e o clássico "esqueci-me do saco"

Esta publicação não é apenas sobre o "saco das compras", pois até mesmo esse aspeto já deveria ser um dado adquirido na vida de uma preguiça urbana. Houve, certamente, uma fase em que toda a gente aderiu aos sacos robustos reutilizáveis mas, se tiverem agido como eu, rapidamente - e quase sem querer - acumularam uma série de sacos "reutilizáveis", que de "reutilizável" praticamente apenas tiveram a intenção de compra. Não cabem na carteira e, regra geral, são demasiado grandes para as compras diárias para uma preguiça urbana que vive sozinha. São úteis para as mudanças de casa e transporte de grandes volumes de um sítio para o outro mas não resolvem, na minha opinião, todo o comportamento associado aos sacos para transportar as compras. De há uns anos para cá, se me esqueço dos saquinhos de pano (ou mesmo dos grandes reutilizáveis), opto por comprar sacos de papel. Utilizo-os para armazenar os resíduos de papel até irem para o ecoponto e segue também para a reciclagem. Parece-me sempre uma melhor opção do que os sacos de plástico ou os sacos reforçados.
Felizmente, o "esquecimento do saco" é hoje uma coisa excecional. O treino leva à perfeição e ao ter comigo sempre um saquinho de pano, raramente sou surpreendida com a sua falta em compras inesperadas.
Mas o que foi realmente uma mudança grande nos meus hábitos foi ter deixado de usar sacos plásticos transparentes para acomodar a fruta, legumes e outros frescos que se compram avulso. Esta aprendi-a com a outra Preguiça Ecológica deste espaço, de há uns anos para cá deixei de colocar bananas, brócolos, alho-francês e coisas como tais nos famosos saquinhos de plástico. Coloco diretamente a etiqueta da pesagem no produto e sigo para a caixa diretamente.
Em produtos que não dá para agir dessa forma - por exemplo, ninguém consegue pesar e transportar 10 maçãs para a caixa - uso os meus próprios sacos. No início, comecei por levar os saquinhos transparentes das compras anteriores, mas toda a gente sabe que estes saquinhos são muito frágeis e não duram quase nada. Para além disso, implicava, à mesma, o processo da compra planeada, pelo que o risco do esquecimento era igualmente grande.
Apesar de o risco não se ter eliminado na totalidade - não há volta a dar, mesmo a solução para pessoas preguiçosas implica algum tipo de trabalho e comprometimento - os sacos de pano trazem outra responsabilização. Passei a usar os sacos de pano que usava para a totalidade das compras, chegava à caixa com as maçãs num desses sacos e depois metia as restantes compras lá para dentro.
Mas o melhor para quem nunca compra 10 maçãs mas sim 3 ou 4, como eu, é arranjar saquinhos pequeninos que ajudam a organizar as compras dentro do saco grande das compras.
Se tiver jeito e gosto na costura, pode facilmente fazer o seu próprio saco reutilizando tecidos; caso não seja a sua praia, pode sempre comprá-los. Eu utilizo uns que uma amiga menos preguiça e mais ecológica me deu: pequenos sacos de algodão biológico que, com uma certa transparência, são a imitação mais fácil do saco transparente.
Seja qual for a solução que adote, por favor, adote uma. Os sacos de plástico transparentes do supermercado são das coisas mais horrorosas que andam por aí, a voar por todos os lados. Novamente: são gestos simples, básicos e que em nada alteram a vida urbana, preguiçosa e confortável que vivemos, mas que fazem a diferença num planeta inundado da nossa luxúria e inconsciência.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Chá: também aqui, uma escolha!

(Para os efeitos deste texto, a palavra "chá" será utilizada de forma indiferenciada, incluindo as infusões...)

Vamos admitir: preguiça urbana que é preguiça não tem plantas a crescer na sua varanda em vasos, nem compra folhas para secar nem mesmo folhas de chá secas avulso.
Preguiça urbana que é preguiça vai ao supermercado e compra caixinhas com pacotinhos de chá.
Ora, por definição, caixinhas e pacotinhos são embalagens. Embalagens são coisas muito problemáticas, como sabemos. De cartão ou de plástico, o seu uso ultrapassou o necessário. A vida do século XXI, cada vez mais individualista e vivida a um/a, potenciou a produção de produtos de venda à unidade ou em pequenas quantidades. Tal também se repercutiu no chá, claro.
Quando era pequena, a cidreira era tirada do quintal, para secar e, mais tarde, fazer chá. A minha avó dizia muitas vezes que o sabor era diferente dos pacotes de compra - e era-o. Talvez por teimosia, pelo fascínio da rapidez e pela "limpeza" que o pacotinho de chá oferecia - e que só nos era permitido usar quando não havia erva cidreira do quintal - tendia a gostar mais do sabor da cidreira do pacote. Vão-se lá entender as crianças...
Hoje em dia, plenamente consciente do problema crónico das embalagens, sou incapaz de achar melhor o sabor do chá de pacote... mas como sou muito preguiçosa e vivo numa cidade e sem terra, continuo a comprá-los.
A boa notícia é que é possível fazer compras mais conscientes. Por exemplo, há marcas cuja embalagem se resume a cartão e um saco de alumínio, que contém lá dentro os pacotinhos todos, ou seja, não são embalados individualmente. São marcas menos vulgares e mais caras, porque juntam a este aspeto logístico a questão de serem produtos biológicos e de comércio justo, mas são uma boa hipótese.  Para quem tem menos paciência e dinheiro, a Lipton tem modelos de embalagem menos agressivos para o meio ambiente: apesar de a embalagem vir revestida em plástico, é de cartão e, lá dentro, contém os pacotinhos sem mais embrulhos.
Por outro lado, há marcas - como a Tetley - que embalam os pacotinhos em plástico, ou seja, usa saquetas individuais de plástico! Ou seja, a não comprar.
Dedicar um post ao chá justifica-se porque, para mim, o chá tornou-se um substituto do leite de vaca (que deixei de beber há quase 7 anos) e bebo muito chá. É uma rotina diária. Bebo, seguramente, mais de 500 chás por ano em casa. São 500 pacotinhos que não quero transformar em 500 embalagens de plástico. Estou certa que acontecerá com muitas/os de vós, por isso aqui fica a dica!

sábado, 24 de novembro de 2018

Café em casa - de volta aos anos 90


Sabemos bem que as máquinas de café caseiras trouxeram uma grande alegria às pessoas amantes de café. Apesar de não terem deixado de beber na rua - porque bica que é bica é bebida no café da esquina - beber café em casa é um dos maiores confortos que se pode ter.
Os meus pais tinham uma máquina de café expresso em casa. Como a dos cafés mas mais pequena - café moído no manípulo e ei-lo, o café em casa: rápido, funcional e económico.
O pesadelo das cápsulas veio sem grande reflexão. Ainda fui seduzida por elas em 2010, para rapidamente delas ter abdicado. Mesmo quem tem mais consciência ecológica, facilmente se deixa embrulhar no logro da reciclagem das cápsulas, como se tal pudesse compensar minimamente os recursos que foram gastos para suprir uma necessidade que foi provocada. Tirar um café de cápsula é mais rápido 0,00000001 segundo do que sem ser de cápsula, não representando um conforto adicional que justificasse, mesmo para uma preguiça de cidade, a sua utilização.
Tenho uma máquina de café expresso em casa. É certo que o investimento inicial foi maior mas amortizo-o mais rapidamente, particularmente se comprar grandes quantidades de café. Por outro lado, não ando de dois em dois dias a tirar cápsulas do depósito, pelo que a manutenção da máquina acaba por ser menos pesada - para não falar que não ando a levar sacos de cápsulas para a worten ou nespresso ou afins. O café usado vai simplesmente para o lixo orgânico - porque é da terra e à terra vai ser devolvido sem mais.
Esta é outra das pequenas grandes mudanças que uma preguiça de cidade pode operar de imediato. E é daquelas mudanças que é, simultaneamente, voltar atrás no tempo. Bom café matinal!

domingo, 18 de novembro de 2018

Papel higiénico

Já há muito tempo que condiciono a compra de papel higiénico pelos seguintes critérios:
- reciclado;
- embalagens o maior possível (de modo a evitar o máximo de plástico no embalamento).

Felizmente, o "mercado" está a dar resposta à urgência do planeta e agora é possível comprarmos papel higiénico embalado... em papel!

A Renova é a marca que está a publicitar esta opção. Se souberem de outras, partilhem!

sábado, 27 de outubro de 2018

Dentro do armário

Esta dica é "de caras", mas às vezes é preciso verbalizarmos o óbvio para nos apercebermos do que está mesmo à frente do nosso nariz.

Azeite, polpa de tomate, comida processada como salsichas (no meu caso, de soja)... quem não tem destas coisas no armário?

A maioria deste tipo de produtos, "embalados" ou "enlatados", vem em embalagens de plástico, tetra pak ou alumínio.

O conceito de embalagem no nosso armário é muito recente. As avós guardavam recipientes que obtinham nas compras para acondicionar os produtos - arroz, massa, etc. - no armário. Hoje em dia, tudo vem dentro de algum tipo de embalagem, que permite guardar diretamente no armário. Sabemos bem que isto é confortável para toda a gente, mas acarretou o disparo do consumo de plástico e materiais processados a partir do plástico e/ou outro tipo de embalagens.

Enquanto não exploramos, neste blogue, as compras a granel, vamos concentrar-nos em reduzir danos nas nossas compras de embalagens.

Azeite:
As garrafas de plástico são leves e, por isso, uma opção prática para quem, como eu, costuma ir às compras sozinhas. Mas há muito as larguei! A opção de um garrafão de azeite (os mais baratos, de plástico) pode ser uma melhor solução, pois equivale a várias garrafas. Mas para quem, como eu, sobe escadas para o apartamento e vai às compras sozinha umas ruas ao lado, sem grandes possibilidades de fazer "compras do mês", a garrafa de vidro é a opção ideal para preguiçosas. É só lembrarmo-nos, na hora da compra, de comprar a garrafa de vidro em vez de plástico. #recusar

Polpa de tomate:
Um clássico na cozinha moderna mediterrânica, i.e., no mundo dos processados. Também há anos que recuso as embalagens tetra pak. Uma das minhas resistências iniciais passava pelo facto de as garrafas de vidro terem todas um tamanho demasiado grande para as minhas necessidades de (à data) estudante universitária a viver sozinha, o que acabava por produzir desperdício. A marca Continente costumava ter umas garrafas de vidro mais pequenas do que a que vêem na embalagem e tornou-se a minha tábua de salvação. Hoje em dia, como não vivo sozinha, convivo bem com este tamanho estandardizado. Para famílias, há sempre a hipótese de comprar a garrafa maior - mais uma vez, quanto maior a embalagem, menor o impacto ambiental no processo de produção. É sempre uma boa prática comprar a embalagem maior (desde que não implique desperdício).

Salsichas, feijão, grão e outros víveres afins:
A maioria destes produtos processados e pré-cozinhados vem em embalagens de alumínio, que colocamos, como sabeis, no ecoponto amarelo. Mas a maioria destes produtos tem alternativas em embalagens de vidro, pelo que, mais uma vez, é só lembrarmo-nos de ter esse critério quando vamos às compras. O preço pode ser um pouco mais caro, mas pode equilibrar-se com a compra de produtos "marca branca".


Especiarias:

O ideal é termos caixinhas próprias para lá colocarmos especiarias que compramos a granel ou adquirimos através de embalagens muito grandes que servem para a reposição paulatina do nosso produto. Aqui, mais uma vez, podemos ter o problema do desperdício. Para quem vive sozinha, a validade das especiarias é uma coisa difícil de controlar. Para estes casos, o ideal é optar por embalagens de vidro, pois garantem a tal "caixinha própria" para a especiaria que se usa mais e, por outro, reduz o plástico face a outras soluções, bem como o desperdício.

Apliquem este princípio a todos os produtos dentro do armário e verão que o espaço ocupado pelo vosso ecoponto amarelo reduz drasticamente!

domingo, 7 de outubro de 2018

Sabonete

Esta é uma outra daquelas soluções ecológicas que são simultaneamente mais económicas. É uma solução naturalmente antidesperdício e que permite reduzir brutalmente ou eliminar o plástico das embalagens do famoso gel de banho ou para as mãos!

Quando era pequena, o sabonete ainda era uma coisa normal. Lá em casa tinha-se uma predilecção pelo sabonete de glicerina, uma escolha que também existia no sabonete que tínhamos na escola, onde juntávamos os bocadinhos que sobravam de um sabonete e de outro e fazíamos um sabonete maior, possível de utilizar de novo, até se desfazer completamente. Lembro-me ainda de ser normal levar o sabonete numa caixinha de plástico para o balneário da escola, durando quase o ano inteiro. Estamos a falar de um tempo sobre o qual passaram uns meros quinze anos, o que nos permite "revisitar" sem dificuldade esses nossos hábitos.

Estou consciente de que há muitos sabonetes naturais e que permitem juntar às vantagens que já elenquei - redução de desperdício, redução ou eliminação de embalagem de plástico e redução de custo para consumidor/a - a importante vertente de não contaminarem as águas. Mas ainda não consegui encontrar, na minha rotina e à minha volta, solução fácil (para preguiçosas indisciplinadas) para essa maxicompra, pelo que o aqui vos trago foi a melhor solução que encontrei de supermercado de rua e de farmácia para, respetivamente, sabonete para as mãos e sabonete para o corpo (para usar no banho)

Sabonete para as mãos: Nivea Creme Soft


Por 1€, têm uma solução para o vosso lavatório que dura meses!
Faço publicidade à marca para que se possa tornar uma compra mesmo fácil: o sabonete vem numa embalagem de cartão, não há plástico a envolve-lo. Este foi o principal motivo pelo qual optei por esta marca. 
Já agora, conhecem outra marca de supermercado que o faça?


Sabonete para o corpo: Avène Cold Cream
(fonte da imagem - aqui)

Para quem tem uma pele sensível e costuma gastar balúrdios na farmácia em gel de banho e creme, esta pode ser uma boa solução.

Durante muitos anos usei Oleoban, mas o sabonete do Oleoban vem envolvido numa caixa de plástico rijo que me fez rejeitá-lo.
Optei pelo sabonete da Avène, que vem numa embalagem de cartão e depois embrulhado somente em papel.


Para além disso, tem um custo à volta de 7€, o que compensa largamente sobre as embalagens de gel para o banho dessas mesmas marcas à venda na farmácia.

Aqui ficam mais estas duas dicas, de preguiçosas para preguiçosas a mudar os nossos hábitos um passo de cada vez - e, no caso de hoje, um passo atrás (no tempo) :).

Lenços de papel... embrulhados em plástico

A época de Inverno é sempre propícia a constipações e gripes, o que implica que andemos sempre com lenços de assoar. Parece uma época m...